quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

lojas virtuais falsas atraem consumidor

STEFHANIE PIOVEZAN
colaboração para a Folha de S.Paulo

O pedido nº 6.049 foi confirmado com sucesso e deveria ter sido entregue até 5 de setembro, não tivesse Gert Mandel, 79, realizado sua compra no site de uma empresa falsa. A câmera digital era oferecida por R$ 569,48 pela Mundy Variedades no Shopping UOL.

"Ainda neste mês o Shopping UOL passa a disponibilizar a avaliação das lojas, que será feita por nossa equipe. Assim não há como burlar o sistema de avaliações", diz o provedor.

"As empresas que aplicaram golpes geralmente anunciaram em grandes comparadores", diz Maurício Vargas, diretor do Reclame Aqui (www.reclameaqui.com.br), que deve lançar um comparador de empresas idôneas no mês que vem.

Com uma audiência declarada de 1,5 milhão de acessos por mês, o site calcula que, só no ano passado, os golpes de lojas virtuais no Brasil tenham causado um prejuízo de R$ 300 milhões; a previsão para este ano é de R$ 500 milhões.

O número de registros liga-se à ampliação do comércio virtual. De acordo com a apuração da consultoria e-bit, só no primeiro semestre de 2008 as vendas on-line movimentaram no país R$ 3,8 bilhões, crescimento de 290% frente ao mesmo período de 2005.

Além do aumento do comércio, há a migração de quadrilhas, que vão para a rede porque ela é mais rentável e porque têm "uma falsa sensação de que ficam impunes", diz José Mariano de Araújo Filho, delegado da 4ª Delegacia de Delitos Cometidos por Meios Eletrônicos do Deic (Departamento de Investigações sobre Crime Organizado).

O número de golpes relaciona-se ainda aos costumes do internauta. 'Brasileiro só pensa na segurança depois que vira vítima. Não adianta querer economizar em software, antivírus e firewall', diz o delegado.

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táticas de crimes na rede

GUSTAVO VILLAS BOAS
da Folha de S.Paulo

Oportunistas, os criminosos da rede atuam nas mais variadas frentes. De e-mail a publicidade, tudo serve como plataforma para os golpes. O site "Times Online" (technology.timesonline.co.uk), por exemplo, apontou, na semana passada, que os criminosos utilizaram publicidade paga do Google para atrair internautas.

Nesse caso, relata o "Times Online", os criminosos compraram um anúncio do Google que aparecia quando o usuário buscava por Obama no mecanismo. Clicando na propaganda, o internauta era redirecionado a um site criminoso que tentava inserir um malware em seu computador.

De acordo com o site, o Google não comentou o caso específico, mas o anúncio foi rapidamente retirado do ar.

FONTE: Folha Online